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Governo indica José Mauro Ferreira Coelho para presidir a Petrobras

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BRASÍLIA — José Mauro Ferreira Coelho foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a presidência da Petrobras, informou nesta quarta-feira o Ministério de Minas e Energia. Ele foi secretário de Petróleo do próprio ministério e é uma pessoa de confiança do ministro Bento Albuquerque.

José Mauro é presidente do Conselho de Administração da PPSA, estatal que cuida da comercialização de óleo e gás que o governo tem direito em contratos do pré-sal. Foi ex-secretário de Petróleo e Gás do MME.

Marcio Andrade Weber será o novo presidente do Conselho de Administração da empresa.

“O Governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Empresa”, disse o MME.

José Mauro foi diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Ele é bacharel em Química Industrial, mestre em Engenharia dos Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e doutor em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético (PPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Funcionário concursado da EPE, assumiu a diretoria em 30 de novembro de 2016. Em sua carreira, José Mauro acumula mais de 25 anos de experiência profissional, atuando nos setores de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Atuou também, por vários anos, na área docente de graduação e pós-graduação, com três livros publicados e mais de 30 trabalhos científicos apresentados ou publicados em periódicos ou anais de congressos nacionais e internacionais.

Após a posse de José Mauro no MME e até que novo Diretor tome posse na EPE em seu lugar, a Diretoria de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis será ocupada interinamente por Giovani Machado, Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais, que acumulará as duas funções.

O martelo da indicação foi batido em reunião na tarde desta terça-feria no Palácio do Planalto, entre o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e Bolsonaro.

A nova indicação ocorre após o consultor Adriano Pires renunciar ao convite para assumir a companhia em razão de conflito de interesses. O atual presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, foi demitido do cargo na semana passada por insatisfação de Bolsonaro com o preço dos combustíveis.

O novo nome precisará ser aprovado em assembleia de acionistas da Petrobras no dia 13. O governo tem maioria das ações com direito a voto.

O governo chegou a convidar o ex-diretor geral da ANP Décio Oddone para o cargo, mas ele recusou.

Pires desistiu nesta segunda-feira, um dia depois de Rodolfo Landim, indicado para a presidência do Conselho de Administração, também desistir do cargo.

Adriano Pires justificou a decisão por dificuldades para encerrar sua consultoria, que existe há 20 anos e cujo sócio é seu filho, “a tempo” de assumir a Petrobras. No trabalho como consultor, Pires manteria ligação forte com companhias que, muitas vezes, têm interesses contrários aos da estatal.

Entre os clientes de Pires está o empresário e sócio de distribuidoras de gás Carlos Suarez, que é também amigo de Landim. Outros clientes do consultor incluem a Abegás, associação do setor, e a Compass, concessionária de gás do empresário Rubens Ometto e diversas outras empresas de óleo e gás.

A saída de cena de Pires colocou o governo diante de uma corrida contra o tempo para encontrar novos nomes para os dois postos mais importantes da estatal. O nome foi fechado em reunião nesta terça-feira entre Albuquerque e Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

“Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria que fundei há mais de 20 anos e hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo”, afirmou Pires em carta ao Ministério de Minas e Energia, na noite de segunda-feira.

Em conversas com auxiliares no domingo e ontem, Bolsonaro atribuiu a supostos “inimigos” na Petrobras os obstáculos criados para Pires assumir o cargo. Esses obstáculos deixaram Bolsonaro irritado, e o presidente não queria dar o braço a torcer. Ele reclamou que teria, na sua avaliação, o direito de escolher o presidente da Petrobras.

Ainda assim, o presidente não conseguiu emplacar o nome de sua escolha na Petrobras, um movimento que ele começou a arquitetar há mais de um mês, em paralelo com as críticas à política de preços da estatal — que repassa ao valor cobrado na refinaria a flutuação nas cotações do dólar e do petróleo.

A preocupação com o preço na bomba para o consumidor é especialmente maior em ano eleitoral, com a inflação acumulada em 12 meses em dois dígitos.

FONTE; CLICK PB

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