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Estudo sugere intervalo de 8 semanas entre doses da Pfizer contra cepa delta

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Um intervalo maior entre a 1ª e a 2ª dose da vacina da Pfizer contra a covid-19 estimula o sistema imunológico do corpo humano a produzir mais anticorpos para combater a doença. Essa é uma das constatações de um estudo britânico publicado nesta 6ª feira (23.jul.2021). A pesquisa pode orientar os países a definir estratégias de imunização contra a variante Delta. Leia a íntegra da pesquisa (337 KB).

De acordo com os cientistas, a eficácia da 1ª dose de vacina cai bruscamente quando o paciente é exposto à variante delta. Por outro lado, o imunizante tem alta eficácia contra a cepa depois de aplicada a 2ª dose.

Os níveis de anticorpos neutralizantes da doença se mostraram “duas vezes mais altos após o intervalo mais longo [entre as doses], quando comparados com o intervalo mais curto“, diz o estudo.

A pesquisa revelou também que os níveis de células T dos voluntários analisados eram 1.6 vezes mais baixos com um intervalo maior entre as aplicações, quando comparados com o intervalo programado de 3 a 4 semanas. Ao mesmo tempo, havia uma proporção maior de células T auxiliares com o intervalo maior, que favorece na imunização a longo prazo.

Contudo, os pesquisadores afirmam que, seja com intervalo curto ou longo, o imunizante da Pfizer mostrou uma forte resposta de anticorpos contra o coronavírus e produção de células T.

Em dezembro de 2020, o Reino Unido aumentou o intervalo das doses para 12 semanas. No momento, com o avanço da variante Delta, o país diminuiu o espaçamento das doses para 8 semanas. O objetivo é que a população tenha uma proteção maior e mais rápida contra a nova cepa.

No Brasil, a vacina da Pfizer é aplicada com um intervalo de 12 semanas.

O laboratório farmacêutico responsável pela fabricação da vacina, por outro lado, já alertou ainda não haver evidências científicas suficientes para apoiar o aumento do intervalo entre as doses. A bula da vacina orienta que as duas doses sejam administradas em um intervalo de 3 semanas.

A professora Susanna Dunachie, pesquisadora-chefe do estudo Pitch, da Universidade de Oxford, afirmou que duas doses são melhores do que uma, mas o momento ideal para a 2ª dose ainda é flexível e pode variar dependendo das circunstâncias.

Falando especificamente do Reino Unido, ela considera que “8 semanas é o ponto ideal para mim, porque as pessoas querem receber as duas doses da vacina e há muito delta por aí agora“. “Infelizmente, não consigo ver esse vírus desaparecendo, então temos que equilibrar isso com a obtenção da melhor proteção possível”, completou.

Rebecca Payne, uma das autoras da pesquisa, da Universidade de Newcastle, disse que o “estudo fornece evidências tranquilizadoras de que ambos os esquemas de dosagem geram respostas imunológicas robustas contra Sars-CoV-2 após duas doses“. “Agora, precisamos realizar mais estudos de acompanhamento para compreender o significado clínico das nossas descobertas“, explicou.

Para fazer a pesquisa, os cientistas compararam as respostas imunológicas de 503 funcionários do NHS (serviço nacional de saúde do Reino Unido). As pessoas testadas receberam as duas doses da vacina em intervalos diferentes no final de 2020 e no início de 2021. Os níveis de anticorpos no sangue foram medidos 1 mês depois da 2ª dose da vacina.

FONTE: PODER 360

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