O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), afirmou na noite desta segunda-feira (12) que caberá ao partido Progressistas a decisão sobre quem será o nome do grupo na disputa pelo Governo do Estado em 2026: o atual vice-governador Lucas Ribeiro ou o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Hora H, da TV Norte Paraíba, apresentado pelo jornalista Heron Cid.
Segundo João, a escolha do representante da legenda na chapa majoritária deverá ser tratada internamente pelo partido, sem interferência de outras siglas. “Essa definição não compete ao PSB. Se eu deixar o cargo, Lucas assumirá o governo, mas isso não determina que ele será o candidato. O Progressistas é quem tem que decidir de que forma participará e com qual nome”, afirmou.
Sem pressa e sem imposição
João Azevêdo reiterou que o processo de escolha dentro do grupo governista ocorrerá com diálogo e no tempo adequado. Para ele, o estilo adotado na condução da política difere de práticas autoritárias. “Não acredito em decisões impostas, no estilo coronelista de fazer política. Cada partido tem seu espaço e deve ser respeitado”, disse.
Apesar de não confirmar oficialmente se deixará o governo para disputar o Senado, João admitiu a possibilidade e reforçou que, caso se afaste do cargo em abril de 2026, Lucas Ribeiro assumirá o governo interinamente. Ainda assim, reforçou que o nome a ser escolhido será resultado de consenso dentro da base aliada. “O grupo é quem vai decidir o candidato. Não haverá imposição minha nem de outro dirigente”, frisou.
Continuidade administrativa como condição
O governador condicionou qualquer eventual saída ao Senado à garantia de continuidade administrativa na gestão estadual. Ele destacou que a Paraíba vive um momento de equilíbrio e respeito institucional, e que é preciso preservar esse cenário.
“Trabalhamos muito para tirar o estado das páginas policiais e construir uma Paraíba reconhecida nacionalmente pelas boas práticas de gestão. Isso não pode ser perdido. A decisão sobre minha possível candidatura passa pela responsabilidade de manter o que conquistamos”, justificou.
Pressões do PSB e de Lula
João também revelou que vem sendo incentivado pelo presidente Lula (PT) e pela cúpula nacional do PSB a concorrer ao Senado. Segundo ele, os apelos têm vindo diretamente de Lula e do presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira.
“É algo que está sendo levado em consideração. Lula já me disse algumas vezes que deseja meu nome no Senado. Carlos Siqueira também manifestou esse desejo. Esses fatores têm peso”, declarou.
Veneziano fora do radar
Questionado sobre uma possível reaproximação com o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), João Azevêdo foi direto: “Na política não se diz impossível, mas é muito difícil”. Para o governador, o comportamento político do emedebista — que apoia o governo Lula em Brasília, mas mantém alianças com grupos bolsonaristas na Paraíba — cria um obstáculo quase intransponível.
“Tivemos uma caminhada juntos em 2018. Mas quem escolheu seguir outro caminho foi ele. A incoerência entre o discurso em Brasília e as alianças locais não facilita nenhuma reaproximação”, pontuou.