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Levantamento aponta que 1.105 cidades do Brasil temem escassez de oxigênio em até dez dias

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Um levantamento do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) com 2.465 municípios em todo o país mostra que 1.105 deles, ou 47%, temem faltar oxigênio nos próximos dez dias.

Questionadas se as cidades teriam capacidade de suportar aumento na demanda, com aumento de casos, 65,1% disseram que não teriam mais oxigênio para os pacientes.

Os municípios, especialmente os pequenos, relatam dificuldade de compra. Algumas empresas, inclusive, já avisaram gestores municipais que sua capacidade de produção está perto do limite por conta da falta de insumos.

— Com o dinheiro federal, conseguimos ampliar nosso tanque de oxigênio e construir uma usina. No entanto, se parte das empresas diminuírem o fornecimento, os hospitais que funcionam apenas com cilindros vão ter falta — explica Rogero Leite, secretário de Saúde de Corumbá (MS), um dos maiores municípios que afirmou, ao Conasems, temer falta de oxigênios em até dez dias.

Das 2.465 cidades que responderam à pesquisa, 1.683 são abastecidas de oxigênio exclusivamente por cilindros.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que um grupo de 12 empresas doará mais de 5 mil concentradores de oxigênio que devem atender, mensalmente, até 20 mil pacientes, substituindo, em média, 21 cilindros de oxigênio.

Falta material de proteção
Além da falta de oxigênio, os municípios também relataram falta de equipamentos de proteção individuais básicos. O desabastecimento afeta não só os profissionais que atuam na linha de frente contra a pandemia mas também os envolvidos em todo tipo de procedimento hospitalar.

No questionário, que foi encerrado na semana passada e atualizado segunda-feira (12), 53,6% dos municípios disseram que há risco de faltar luvas em até dez dias, 49,6% apontaram risco de faltar máscara, 43,5% temem a falta de testes para Covid-19, 39,1% estão ficando sem aventais, 33% podem ficar sem capote e 30,4% estão no limite até da oferta de álcool gel.

No entanto, na avaliação do secretário-executivo do Conasems, Mauro Junqueira, a falta de medicamentos do kit intubação e de oxigênio são os mais preocupantes.

— Luvas e máscaras o município consegue comprar e o Ministério da Saúde já fez algumas distribuições. O que preocupa mais é a falta de medicamento para intubação porque a curva no uso segue ascendente — afirma o secretário, acrescentando que com mais adultos jovens internados, o consumo é ainda mais veloz, porque eles requerem maior fluxo de oxigênio, exigem mais medicamentos e ficam mais tempo nas UTIs.

Segundo Junqueira, no sábado (9), regiões de Minas Gerais tinham medicamento para mais 24 ou 48 horas no máximo, então foi feita uma distribuição de emergência. Outra distribuição similar seria feita segunda-feira para Santa Catarina e, ao longo da semana, para outros estados. Sempre com quantidades “a conta gotas”.

Pesquisa semanal da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgada na sexta-feira (9), com mais de 3.100 municípios, mostrou que em 1.207 (ou 38,1%) localidades brasileiras, existe o risco iminente de faltar medicamentos do chamado “kit intubação”. Já o risco de faltar oxigênio ocorre em 589 (ou 18,6%) municípios que participaram do levantamento.

Na pesquisa anterior, de 1 de abril, o risco de desabastecimento de medicamentos para intubação estava presente em 1.141 cidades e de faltar oxigênio, em 625.

Para conter o desabastecimento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reduziu o prazo de quarentena para validação de medicamentos de 14 para sete dias. Junqueira afirma que há um acordo sendo costurando com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para compra de um grande lote de drogas, que seriam suficientes para 120 dias, “aí vamos respirar e a indústria nacional terá tempo para se recompor”.

O Ministério da Saúde confirmou a compra da Opas e afirmou que, nesta semana, um grupo de empresas vai doar mais de 3,4 milhões de medicamentos, que serão distribuídos imediatamente aos entes federativos.

Fonte: ClickPB

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