Eleições na Venezuela
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou nesta sexta-feira (3) que não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro e voltou a cobrar transparência na divulgação das atas das seções eleitorais.
Segundo Lula, que também não endossa a vitória da oposição, o presidente venezuelano “terá de arcar com as consequências do gesto dele”.
O líder brasileiro comentou a crise no país vizinho durante entrevista para uma rádio da Paraíba. Lula afirmou não ter “relação ideológica” com chefes de Estado e destacou que não cabia à Suprema Corte do país dar o parecer sobre as atas de votação, que até o momento não foram divulgadas.
“Eu não aceito nem a vitória dele e nem a da oposição. Eu acho que tem um negócio, a oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas você não tem prova. Então, nós estamos exigindo a prova. Obviamente que ele tem o direito de não gostar porque eu falei que era importante que convocassem novas eleições”, afirmou Lula.
Na Venezuela, tanto o Conselho Nacional Eleitoral quanto a Suprema Corte são controlados pelo governo de Maduro, sucessor do ex-presidente Hugo Chávez, de quem Lula era amigo.
Lula ajustou o tom das declarações sobre a eleição venezuelana desde que foi criticado por afirmar que não havia observado nada de anormal na disputa, marcada por suspeitas de fraudes.
Obra da BR-230
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita falou também que vai concluir até o fim do seu mandato a obra de triplicação da BR-230 em Cabedelo e João Pessoa. Lula afirmou o compromisso em entrevista ao programa Hora H, da rádio Pop 89,3 FM, na manhã desta sexta-feira (30). O presidente desembarcou em João Pessoa, na noite desta quinta-feira (29), onde participa de uma agenda com inauguração do lote II da Vertente Litorânea – canal Acauã-Araçagi, às 11h, no município de Riachão do Poço.
“Conversei com o ministro Renan, e essa obra vai sair, ela já está sendo feita. Ela vai fazer um ritmo muito grande, o DNIT está altamente compromissado a terminar essas obras, porque eu não quero deixar a obra minha para ser inaugurada por outro. Eu quero terminar essas obras e poder inaugurar essas obras, então pode ficar certo que vai sair, é um compromisso meu. É uma promessa minha!
Após seu retorno de Riachão do Poço, Lula segue para o Teatro Pedra do Reino, Centro de Convenções de João Pessoa, onde deve anunciar investimentos na Paraíba.
Obra atrasada
A obra de triplicação da BR-230 entre Cabedelo e João Pessoa se arrasta desde 2016, há seis anos, e ainda não foi concluída. A estrutura é necessária para viabilizar maior aporte de escoamento de cargas e proporcionar mais mobilidade para o tráfego intenso de veículos de pequeno e grande porte, principalmente por ser rota portuária que liga ao Porto de Cabedelo.
Ao todo, serão construídos dois viadutos, oito passarelas, 3,3 quilômetros de vias laterais e mais 3,3 quilômetros de triplicação. Tudo isso compreenderá do quilômetro 2 ao 13,8 dos 28 quilômetros previstos da obra total.
Conforme apurado pelo Fonte83, as obras de triplicação da BR-230 começaram em 2017 e estavam orçadas em R$ 255.499.965,86. Até a etapa atual do empreendimento, o DNIT informou que foram investidos R$ 51 milhões (valor considerado sem a atualização monetária e já somados valores gastos com o Exército e o Consórcio Construcap/Copasa, que abandonou a triplicação em 2019).
Em agosto do ano passado, o Governo Federal liberou novos valores para a obra. Além dos R$ 151 milhões liberados com nova ordem de serviço, a triplicação também vai contar com outros R$ 300 milhões, que serão investidos até 2026, prazo de término da obra.
Caso Elon Musk
Nessa conversa com os jornalistas Heron Cid e Wallison Bezerra, Lula elevou o tom contra ao bilionário Elon Musk, dono do X, ao sistema judiciário brasileiro. O empresário foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a indicar o representante da rede social no Brasil, mas ignorou.
“Todo e qualquer cidadão, de qualquer parte do mundo, que tem investimento no Brasil está subordinado à Constituição Brasileira e às leis brasileiras. Se a Suprema Corte toma uma decisão, ou ele cumpre ou vai ter que tomar uma atitude. Não é porque o cara tem muito dinheiro que pode desrespeitar. Ele não pode ficar ofendendo os presidentes, deputados, o Senado, a Câmara, a Suprema Corte. Ele pensa que é o que? E tem que respeitar a decisão da Suprema Corte Brasileira. Se quiser bem, se não quiser, paciência. Se não for assim esse país nunca será soberano. Não somos um país que tem complexo de vira lata”, disse.
Eleições
Questionado sobre a participação nas eleições de João Pessoa, o petista não garantiu a presença na campanha na capital.
“Tenho muita coisa para fazer e esse ano é complicado. Estarei muito ocupado com as questões internacionais”, acrescentou o presidente, citando os eventos voltados para debater o clima e o meio ambiente com a presença do Brasil, justificou.
Fonte: Fonte83 / MaisPB / Redação PBConectada
Foto: MaisPB