Em um evento marcado por simbolismo e articulações políticas, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi aclamado presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro neste domingo (1º), durante o encerramento do XVI Congresso Nacional do partido, em Brasília. Com apenas 31 anos, João sucede Carlos Siqueira, que esteve à frente da legenda por mais de dez anos.
A cerimônia contou com presenças de peso: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), além de líderes do PSB no Congresso e outras autoridades.
Continuidade familiar e política
Descendente de uma das famílias mais tradicionais da política brasileira, João Campos é filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e bisneto de Miguel Arraes — ambos ex-presidentes do PSB. Em seu discurso de posse, emocionado, destacou que sua chegada à presidência do partido representa a continuidade de um legado, não uma ruptura.
“Assumo essa responsabilidade com gratidão e consciência da história que carrego. O PSB tem raízes profundas na luta democrática e no compromisso com o povo brasileiro”, disse João, que também homenageou o ex-presidente Carlos Siqueira, exaltando sua lealdade ao partido e ao país.
Apoio à chapa Lula-Alckmin e desafios do presente
João Campos reafirmou o compromisso do PSB com a aliança vitoriosa de 2022, entre Lula e Alckmin, e defendeu sua continuidade em 2026. “Foi uma construção que uniu forças democráticas. Essa aliança precisa ser preservada e fortalecida”, afirmou.
Em um momento de mudanças sociais e políticas no Brasil, o novo presidente do PSB destacou que os partidos precisam se adaptar à nova realidade brasileira, ouvindo setores emergentes como o empreendedorismo e respeitando a diversidade religiosa e cultural. “Vivemos um tempo de maiorias que não existiam antes. Precisamos estar atentos a isso”, frisou.
Renovação sem perder a essência
João prometeu fortalecer a atuação do partido nos estados, ampliar sua presença nas casas legislativas e nas prefeituras, sem abrir mão de sua essência programática. “Vamos crescer mantendo nossa alma socialista. O PSB tem vocação para liderar políticas públicas transformadoras, como já demonstramos em experiências reconhecidas no Brasil e no mundo”, destacou.
Ao final, Campos falou com franqueza sobre o peso da nova função. Disse que muitas responsabilidades lhe chegaram cedo na vida, mas sempre foram enfrentadas com alegria e humildade. Pediu ajuda à militância e aos dirigentes para conduzir o partido com unidade.
Lições do passado e olhos no futuro
Inspirado por conselhos de seu pai, João defendeu uma política mais humana, baseada na empatia, solidariedade e compromisso com o bem comum. “Quero dedicar minha vida ao PSB. Vou cobrar, vou liderar, mas também vou saber ouvir. Essa missão não se cumpre sozinho”, afirmou.
Sob aplausos e gritos de “João presidente!”, o jovem líder encerrou sua fala destacando a construção de uma grande frente política. “Não é hora de brincar. É hora de somar, de liderar e de preparar o PSB para grandes conquistas. A história do partido nos trouxe até aqui. Agora é nossa vez de escrever os próximos capítulos.”
Fonte: Fonte83
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