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Terça-feira, Abril 15, 2025

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Equador decide novo presidente em segundo turno neste domingo

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O Equador decidirá neste domingo (13), em um segundo turno presidencial acirrado, quem governará o país pelos próximos quatro anos: o atual presidente Daniel Noboa ou a deputada Luisa González, da Revolução Cidadã.

Reportagem da Prensa Latina destaca que a eleição ocorre sob forte tensão política e social, com denúncias de desequilíbrio na disputa, militarização e insegurança. Noboa, de 37 anos, herdeiro de uma das famílias mais ricas do país, tenta consolidar seu poder após vencer o pleito extraordinário de 2023, convocado após a chamada “morte cruzada”, que afastou o então presidente Guillermo Lasso. Já González, advogada de 47 anos e única mulher na disputa, representa a Revolução Cidadã e propõe uma guinada progressista, com maior presença do Estado na economia e políticas de inclusão social.

O primeiro turno, realizado em fevereiro, terminou praticamente empatado, com vantagem de apenas 0,17 ponto percentual a favor de Noboa. Especialistas apontam que o segundo turno deve ser decidido voto a voto, em um ambiente de alta polarização.

Setores sociais diversos – como indígenas, camponeses, intelectuais, artistas e trabalhadores – declararam apoio a González, identificando em sua candidatura um projeto popular capaz de enfrentar a insegurança, o desemprego e a precarização dos serviços públicos.

Durante a campanha, o movimento Revolução Cidadã denunciou a existência de um “campo de jogo desequilibrado”, com favorecimento explícito ao atual mandatário por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Noboa, por sua vez, foi criticado por não ter solicitado a licença constitucional necessária à Assembleia Nacional para concorrer à reeleição, além de ter sido acusado de utilizar recursos públicos para promover sua imagem.

Mesmo diante dessas controvérsias, o CNE não tomou medidas corretivas. A situação se agravou com a decretação do estado de emergência na véspera do pleito, interpretada por analistas como uma tentativa de criar um clima de exceção que favoreça a permanência de Noboa no poder.

A crise de segurança no Equador é uma das mais graves da América Latina. O país, tradicionalmente pacífico, tornou-se rota de tráfico internacional de drogas, o que resultou em índices alarmantes de violência. Noboa, alinhado ao modelo norte-americano de combate ao crime, tem buscado parcerias com empresas de segurança privadas, como a Blackwater, fundada por Erik Prince – figura controversa ligada à guerra do Iraque e a mercenários estrangeiros.

“O povo quer segurança, mas não quer perder a soberania”, declarou González em um comício recente. “Não podemos aceitar que o território equatoriano seja militarizado por interesses externos ou por empresas com histórico de violações aos direitos humanos.”

A deputada promete reativar a economia por meio do investimento público e da revalorização do trabalho. Seu adversário, ao contrário, defende políticas neoliberais, com abertura ao capital estrangeiro, privatizações e desregulamentação do mercado de trabalho.

Mais de 13,7 milhões de equatorianos estão aptos a votar neste domingo. Eles decidirão entre dois caminhos distintos: um projeto que promete ordem via repressão e alianças externas, e outro que aposta na democracia, soberania e reconstrução do Estado de bem-estar social.

O resultado terá implicações não apenas para o futuro do Equador, mas também para o equilíbrio político na América do Sul.

Fonte: Brasil 247 via WSCOM

Foto: Reprodução

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