O deputado federal Gilvan da Federal (PL–ES) pediu desculpas publicamente nesta quarta-feira (9) após causar intensa repercussão ao afirmar, durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara, que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala gerou indignação entre parlamentares e motivou ações da Advocacia-Geral da União (AGU), que encaminhou o caso à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Durante discurso no plenário da Câmara dos Deputados, Gilvan reconheceu que “exagerou” e tentou minimizar o impacto de suas palavras, afirmando que foi tomado pela emoção durante o debate sobre um projeto de sua relatoria que visa desarmar a equipe de segurança do presidente da República.
“Aprendi com meu pai que um homem deve reconhecer seus erros. Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Então, eu não desejo a morte de qualquer pessoa”, disse o parlamentar. “Continuo achando que Lula deveria estar preso, mas reconheço que errei na forma como falei”.
A declaração original, feita na terça-feira (8), gerou revolta por seu teor ofensivo e por ocorrer em um espaço institucional. Gilvan afirmou, na ocasião, que não ficaria triste se o presidente tivesse uma taquicardia ou infarto, e chegou a dizer: “Eu quero mais é que o Lula morra, vá para o quinto dos infernos. Nem o diabo quer o Lula”.
O discurso foi feito enquanto ele defendia a aprovação do projeto que visa retirar as armas da segurança presidencial. A proposta acabou sendo aprovada na Comissão de Segurança Pública, dominada por parlamentares bolsonaristas, mas ainda precisa ser analisada pelo plenário da Câmara.
A fala acendeu um alerta entre líderes partidários e membros do governo, que classificaram a declaração como inaceitável. O caso reacendeu o debate sobre os limites da imunidade parlamentar, garantida pelo artigo 53 da Constituição Federal, e sobre a responsabilidade no discurso público.
Apesar do pedido de desculpas, a AGU manteve o pedido de investigação, ressaltando que incitação à violência e ameaças, mesmo veladas, contra o chefe de Estado não devem ser toleradas no ambiente democrático.
O episódio também movimentou o debate nas redes sociais e em programas políticos, com aliados do presidente cobrando providências do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Até o momento, nenhum processo disciplinar foi oficialmente aberto contra Gilvan da Federal.
Fonte: Fonte83
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