“Foi o Lula quem abriu a porta para os ataques ao Fernando Haddad. Ele deu um pito público no ministro, que é criticado pela direção do próprio partido, o PT”: essa é a avaliação reservada de um dos mais prestigiados dirigentes do PSD — e parlamentar da base do governo — sobre as críticas feitas de público pelo presidente do partido, Gilberto Kassab, que chamou o titular da Fazenda de “fraco” nesta quarta-feira (29), num movimento incomum para um político reconhecido pelo cálculo minucioso de cada manifestação.
A fala de Kassab, cujo partido tem três ministérios no governo Lula e pleiteia mais espaço, soou como música aos ouvidos da oposição bolsonarista. “Ele está pulando do barco a dois anos da eleição. Fica evidente que está cacifando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na corrida nacional”, diz um líder da aliança que sustentou o governo anterior, formada por PL, Republicanos e PP.
Integrantes do PSD mais alinhados ao governo relativizam, em público, a fala de Kassab.
“O partido tem três ministérios, sim, mas nenhum de seus membros está proibido de criticar o governo. A relação de Kassab e Haddad precede a gestão Lula, tem relação com a sucessão na prefeitura de São Paulo em 2013. Há um ressentimento. Eles nunca se bicaram e sempre foram muito distantes”, diz Otto Alencar (PSD-BA).
Fonte: Fonte83
Foto: Reprodução