O pré-candidato à presidência da República pelo Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro desembarcou nesta quinta-feira (06), em João Pessoa, onde participa de eventos sociais e políticos, a convite do deputado federal Julian Lemos (União Brasil).
Em entrevista concedida a um emissora da Capital, Moro falou de sua trajetória jurídica, como ministro do governo de Bolsonaro e também sobre sua mais nova missão na disputa eleitoral de outubro.
Para Moro, a sua participação na disputa pelo cargo de presidente vai romper com a polarização entre Bolsonaro (PL) e Lula (PT), que acaba deixando o debate pobre ao invés de priorizar temas como a qualidade de vida das pessoas, a retomada do papel do Brasil que lhe cabe.
“Esse é um grande país dono de uma maiores economias do mundo e ao invés de olharmos para frente, estamos nos perdemos nessas brigas infantis, de ofensas contras as pessoas, em cima do que não interessa para a maioria dos brasileiros e brasileiras, mas é fácil romper essa polarização. A gente tem que ser firme, falar com base nos princípios e valores e ter os nossos projetos. O país não pode ficar resumido a uma briga entre bolsonaristas e petistas”, destacou.
Moro afirmou ainda que o seu projeto não vai ser agressivo e que não vai cair em picuinhas partidárias, mas sim, fundamentado entre especialistas, com a população e sólido. Ele convidou para coordenar seu projeto de governo, o economista renomado Affonso Celso Pastore.
“Ele vai ser firme e sólido em relação ao que não poderá ser feito dentro de um governo porque teremos um governo honesto e íntegro. Isso é fundamental Eu tenho no meu DNA o combate à corrupção e não vamos tolerar corrupção, mas o nosso projeto vai muito além disso a exemplo do crescimento econômico, geração de renda, emprego, erradicação da pobreza, fome, agricultura. O nosso projeto é propositivo e vai ser discutido racionalmente com as pessoas”, assegurou.
Sobre o legado da Lava Jato, Sérgio Moro ressaltou que a operação mostrou que o Brasil não está fadado a ser um país corrupto.
“Pela primeira vez de uma maneira ampla, pessoas que roubaram muito, dia a dia a Petrobrás e outros órgãos do governo, foram julgadas, condenadas e mandadas para a prisão. Aquela percepção que nós tínhamos de que quem cometia corrupção nunca era punido, isso mudou”, enfatizou..
Moro afirmou ainda que a Lava jato começou a sofrer revezes vindas especialmente de parcelas do judiciário e de políticos, mas o que tem se fazer agora é adotar uma postura propositiva para se resgatar o combate a corrupção, não só para fazer justiça, que é muito importante, mas igualmente para o desenvolvimento do país.
“Não se conhece nenhum país do mundo que prosperou baseado num modelo de corrupção. Os países de maiores IDHs, PIBs são os de maiores integridades, ou seja, há uma correlação entre menor corrupção e desenvolvimento. Eu sou muito criticado por falar sobre corrupção, mas eu vou debater sobre todos os assuntos, mas combater a corrupção é um compromisso e não vamos deixar de combatê-la, embora vamos tratar também como prioridade assuntos relacionados à economia e o bem estar das pessoa”, destacou.
Quanto a seu desempenho durante todo o processo da Operação lava Jato, Moro disse que tem um grande orgulho do que foi feito e que não há nada a ser retratado por ele, mas é necessário afirmar que o Brasil é um país de privilégios, de pessoas que sempre roubam e nunca vão para cadeia e que a Lava Jato não foi uma coisa sua, mas uma conquista do povo brasileiro.
FONTE: PARAIBA ONLINE