O cenário é óbvio! A popularidade do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) está em queda livre. Pesquisas dos mais variados institutos apontam para tal fato. Extremista, o inquilino do Palácio do Planalto, por exemplo, foi esquecido, literalmente, na última cúpula do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) no mês de outubro.
Exceto o presidente italiano, Sergio Mattarella, anfitrião do evento que, pelo protocolo, se encontrou com todos os líderes presentes em Roma; o chefe do poder Executivo do país foi ignorado por seus colegas. E agora não é preciso se estender em grau elevado de sensatez e lógica.
Quem figura em seu governo tem o mesmo destino: a da mais pura desconfiança do povo brasileiro, ou a maior parte dele, até estando em tal cenário boa parte daqueles que acreditaram nas promessas de campanha do ex-capitão. E aqui aponto o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, como “parceiro” desse naufrágio.
Estando seu nome no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o documento sugere o indiciamento de Queiroga pelo crime de epidemia com resultado morte e prevaricação. Diz, o cardiologista paraibano, não está preocupado com o que poderá responder.
Isso é interessante, pois as falas de qualquer suspeito estão baseadas no direito legítimo ao contraditório. Contudo, muito mais que seu papel à frente do Ministério da Saúde, Queiroga é o “queridinho” de Bolsonaro para disputar um assento no Senado ou até mesmo disputar o governo da Paraíba.
Informações da mídia nacional, e da própria imprensa paraibana, coletam indícios que Marcelo Queiroga disputará algum cargo eletivo na Paraíba. E pelo que se observa – mesmo o ministro informando que não – sua presença constante no estado é forte indicativo que sim.
É provável que ele (Queiroga) buscará mais um sacrifício em nome da agenda política de Bolsonaro. Talvez busque ser postulante a algum cargo eletivo (na majoritária) por ser ele o maior expoente do governo federal em terras paraibanas.
Um “choque” político que nada beneficia Queiroga e Bolsonaro na Paraíba
Mas há problemas na possível candidatura de Queiroga; e cito como exemplo aqueles que já colocaram seus respectivos nomes na lista para o Senado. Os deputados federais Efraim Filho (Democratas) e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas), ambos do chamado Centrão que, ainda, dão sustentação ao mandatário da nação. Bolsonaro romperá com eles antes da hora?
Ainda há outro probleminha no “quintal” político paraibano. O presidente estadual do PL, o também deputado federal Wellington Roberto luta para trazer à sua legenda partidária, em perfeita sincronia com o presidente nacional do seu partido, Valdemar Costa Neto, o “mito” Jair Messias Bolsonaro.
E aí reside outro problema de cunho paroquial, mas que supera os muros da Paraíba e vai até Brasília. Pretende, o parlamentar liberal, ter o apoio do ex-capitão à candidatura dos seus filhos Bruno Roberto ao Senado Federal e à reeleição do deputado estadual Caio Roberto. E, caso Queiroga se filie ao PL, ficará difícil um acordo se for decidido – pelo presidente da República – que o atual ministro da Saúde busque uma vaga senatorial.
Queiroga para governador da Paraíba?
Caso Marcelo Queiroga esteja disposto a defender o governo Bolsonaro até o fim, será mais “leve” para o próprio ministro tentar ocupar o Palácio da Redenção, filiando-se ao PTB, cujo diretório estadual tem à frente o comunicador Nilvan Ferreira. Desta forma, o cardiologista paraibano não entraria em rota de colisão com a direita paraibana e o Centrão. É uma opção para o médico não se tornar o monstro dentro da sua própria linha de pensamento partidária e ideológica.
FONTE: PB AGORA