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Nova confusão dentro do PSDB sobre a sucessão presidencial

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O apoio do senador Tasso Jereissati (CE) à postulação do governador Eduardo Leite (RS) em ser o candidato a presidente pelo PSDB em 2022 dividiu membros da cúpula partidária.

Entre a maioria dos ouvidos, o fato de que Tasso dizer que Leite seria um presidenciável melhor do que o governador João Doria (SP) porque estaria disposto a abria mão da cabeça da chapa foi uma sinalização clara.

Para eles, o cearense quer que a empreitada seja liderada pelo seu aliado Ciro Gomes (PDT-CE), ainda que ele fale em termos gerais na tal da terceira via -qualquer nome que não sejam os líderes de pesquisa Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.

Tasso havia se colocado na disputa, ao lado dos dois governadores e do ex-prefeito manauara Arthur Virgílio. Assim como era sabido desde o começo que o cearense debandaria em favor de Leite, há a expectativa de que o amazonense acabe apoiando Doria.

Para alguns desses tucanos, o partido corre risco existencial se abrir mão de disputar o jogo nacional com um nome próprio, e uma associação com Ciro seria por demais heterodoxa, dadas as diferenças entre o PSDB e o ex-ministro, que foi do partido.

O senador naturalmente não fala no nome do antigo aliado, mas sua entrevista ao jornal Folha de S.Paulo sobre o tema não poderia ser mais elucidativa.

Outros acreditam exatamente no contrário: que ter um candidato que possa repetir o vexame dos menos de 5% de Geraldo Alckmin em 2018 seria fatal. Aqui, o bom desempenho nos estados naquele ano e no pleito municipal de 2020 vai contra o raciocínio.

Para outros líderes, particularmente políticos ligados à ala da Câmara do partido, dominada por Aécio Neves (MG), Leite seria um vice ideal para outros nomes, como o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Chamou a atenção, nesse sentido, a citação feita por Tasso à eventual negociação com o partido que decorrerá da fusão do DEM com o PSL –há a hipótese de Pacheco ficar com os democratas, embora hoje sua tendência seja a de migrar para o PSD.

O partido de Gilberto Kassab, aliás, teria segundo essa leitura maior facilidade de negociar com um PSDB em que Doria tivesse sido derrotado –ambos se afastaram depois que o ex-ministro licenciou-se do secretariado do tucano para se defender de acusações, deixando de vez o governo estadual em dezembro.

Os aliados de Doria, rival de Aécio, veem nesas hipótese o que chamam de “caminho do centrão”, ou seja, garantir ao fim espaço no Parlamento e atuar de forma mais fisiológica.

Todo esse debate reflete o momento de uma onda pró-Leite dentro do partido. Na semana passada, um jantar entre líderes de executivas estaduais do partido em Brasília avaliou que o gaúcho, apesar de peso-pena em nível nacional, é mais palatável a aliados do que o assertivo Doria.

Dentro do partido, o senador do Ceará tem grande densidade entre a chamada velha guarda, tanto que foi levar Leite como um apadrinhado para conversar com o líder emérito do tucanato, Fernando Henrique Cardoso.

O ex-presidente ficou numa situação complicada, pois havia declarado voto nas prévias marcadas para 21 de novembro em Doria. Em um almoço há cerca de um mês com Tasso, em São Paulo, ele contudo se mostrou simpático ao que considera leveza do nome de Leite, meros 36 anos, “novidade” e gay declarado.

Doria, que vinha de uma posição favorável na negociação das prévias, está montando uma contraofensiva que começa pelo mercado e pelo mundo empresarial, que têm peso considerável sobre uma disputa partidária.

Ela foi disparada a partir de um relatório da consultoria Eurasia que cravava Leite como o presidenciável tucano baseado numa matemática imprecisa, que só considerava a orientação de diretórios estaduais e não o dissenso óbvio.

Segundo aliados, o tucano está dedicando um bom tempo de suas conversas com pesos-pesado do PIB. O primeiro resultado visível, avaliam, foi a declaração de voto de Alfredo Setubal, presidente da holding Itaúsa.

Outros estariam por vir, alimentados por um grande azedume do pessoal do dinheiro com Bolsonaro –Lula por ora é visto como um mal menor, mas a ser evitado, entre a turma.

O secretário e ex-ministro Henrique Meirelles (Fazenda), em que pesem os planos eleitorais próprios em Goiás pelo seu PSD, deverá aparecer mais como um defensor de Doria.

O governo paulista, por sua vez, oferta um leque de temas que poderão ser sacados como argumentos: um robusto programa de investimentos de R$ 50 bilhões, o programa de vacinas contra Covid-19 e agrados como isenções fiscais pontuais.

Em outra frente, nas próximas semanas alguns estados que estão com Leite serão alvo de trabalho específico por parte do time de Doria, que crê ser possível angariar dissidências em locais como o Paraná.

Tudo isso mostra um cenário menos definido do que os apoiadores de Leite têm vendido, mas também não de vitória por gravidade como os de Doria acreditam. Por fim, a terceira via por ora não se concretiza em pesquisas eleitorais, o que deixa especulações abertas de lado a lado.

FONTE: PARAIBA ONLINE

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