O Ministério Público do Estado da Paraíba por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco/MPPB) ofereceu, nesta terça-feira (14), mais uma denúncia, na 7º Vara da Criminal de João Pessoa contra o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho e mais 12 pessoas investigadas pela Operação Calvário.
Foram denunciados além do ex-governador Ricardo Coutinho, o ex-diretor da Cruz Vermelha, Daniel Gomes, os ex-secretários de estado, Livânia Farias, Waldson de Souza, Claudia Veras; os ex-auxiliares do governo, Karla Michele Vitorino Maia, Leandro Azevedo, Saulo de Avelar Esteves; além de Ricardo Elias Restum Antonio, Milton Pacífico José de Araújo, Saulo Pereira Fernandes, Keydison Samuel de Sousa Santiago e Michelle Louzada Cardoso.
Entre os crimes imputados aos denunciados estão corrupção passiva, ativa, peculato e crime de licitação. O MP pede a devolução do R$ 50 milhões, perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo.
Esta é a 22ª denúncia decorrente da operação iniciada em 2018 com o objetivo de apurar irregularidades praticadas na Paraíba por organização criminosa composta por Organizações Sociais (OS), empresas comerciais e agentes públicos e políticos.
Nesta nova denúncia, o foco foi o contrato do governo do estado, por meio do Hospital de Trauma da Capital, com a Cruz Vermelha, que administrou a unidade de 2011 a 2019.
As acusações são baseadas em delações premiadas, gravações e documentos, detalhados e relatados por Daniel Gomes, ex-diretor da Cruz Vermelha, envolvendo licitações fraudulentas que resultou na renovação do contrato da Cruz Vermelha Brasileira (CVB) filial Rio Grande do Sul para a administração do Hospital de Emergência e Trauma.
O Gaeco alega que houve ainda pagamento de propinas por parte da Cruz Vermelha a agentes públicos e que entre os meses de julho 2012 a junho de 2017 foram desviados cerca de 49 milhões de recursos públicos.
Deste total, de acordo com o órgão, pelo menos R$18 milhões teriam sido destinados a representantes do governo do Estado da Paraíba. A estimativa dos promotores do Ministério Público é que o suposto esquema teria resultado em um prejuízo superior a R$50 milhões aos cofres públicos.
FONTE: PARAÍBA ONLINE