O presidente Bolsonaro vive mais um dilema: a necessidade de reduzir a temperatura política do país após as suas bravatas do último dia 7, e do outro lado um ´jogo de cintura´ para não desapontar seus extremados seguidores.
Na noite da quinta-feira, com a propagação de sua Nota de recuo em relação aos demais poderes, muitos aliados externaram a decepção com a iniciativa do ´mito´.Foi preciso o presidente alegar em suas redes sociais que não há “nada de mais” na publicação.“Não tem nada de mais ali”, insistiu.
Na sua já tradicional ´live´ das quintas-feiras, o presidente comentou que “muitos estão batendo em mim por causa da nota. É uma nota precisa, objetiva”.
Bolsonaro disse ainda que “eu acho que eu dei ali a resposta seguinte: eu estou pronto para conversar, por mais problemas que eu tenha com Arthur Lira (presidente da Câmara), com Rodrigo Pacheco (presidente do Senado), com ministro Fux (presidente do Supremo Tribunal Federal), com Barroso (presidente do TSE)”.
No caso de Barroso, Jair emendou: “Tem que conversar com o Barroso, ainda que hoje (5ª feira) ele deu um cacete aí em mim. Tô pronto para conversar com o Barroso, todo mundo quer transparência.
”O tom voltou a mudar já na manhã de ontem, na propagação de comentários feitos por Jair na noite anterior, novamente mirando o presidente do TSE: “Palavras bonitas, que sei que o ministro Barroso tem, dada a sua formação de jurista, diferente da minha, que tem palavrão de vez em quando, mas (Barroso) não convence ninguém”.
Bolsonaro avançou com uma ilação: “Se anuncia que está anunciando novas medidas protetivas por ocasião das urnas é porque elas têm brecha. É porquê, Barroso, elas são penetráveis. Entendeu, Barroso? Ministro Barroso, entendeu? As urnas são penetráveis, as pessoas podem penetrar nelas”.Outra cutucada de Bolsonaro na direção do ministro Barroso: “Democracia é contraditório. Eu posso gostar e tu não gostar (sic).
Já imaginou se eu gostar da mesma coisa que o Barroso?”Ainda de acordo com Bolsonaro, alguns de seus seguidores querem que “eu vá lá e degole todo mundo”.Em contato ontem com populares, na saída do Palácio da Alvorada, o presidente observou que “quem for eleito presidente em 2022 tem duas vagas no Supremo para início de 2023.
Há certos povos que esperam 100 anos para atingir seu objetivo. Tem uns que querem em um dia. Está indo devagar, está indo”.
O presidente afirmou ainda que “ninguém está recuando. Não pode ir pro tudo ou nada. Arrumar o Brasil devagar. Vai arrumando”.
*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
FONTE: PARAÍBA ONLINE