Um estudo publicado por cientistas da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) detalhou como será a órbita do asteroide Bennu até o ano de 2300. Ainda que seja considerado um dos dois mais perigosos para a Terra, as chances gerais de que ele impacte o planeta até a data analisada é de uma em 1.750 (ou 0,057%). A análise foi publicada na revista científica Icarus, na última quarta-feira (11/8).Os pesquisadores trabalharam com dados coletados pela nave espacial Osiris, que deixou a Terra em 2016 e chegou à órbita de Bennu em 2018. Depois do pouso bem-sucedido no solo do asteroide em 2020, ela começou seu retorno para casa em maio deste ano.
A Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security-Regolith Explorer (OSIRIS-Rex) cumpriu com louvor seu papel de captar informações sobre origem, rota e características físicas do asteroide. Ao contrário disso, os cientistas destacaram que em 24 de setembro de 2.182, data mais provável para a colisão entre o Bennu e a Terra, a probabilidade de impacto real é de uma em 2.700 (ou cerca de 0,037%). Sendo assim, é pouco provável que o fim da espécie humana seja causado por esse corpo celeste.O Bennu segue como um dos dois asteroides conhecidos mais perigosos em nosso sistema solar, ao lado do chamado 1950 DA. Mas, agora, os cientistas podem prever o comportamento dele com mais de dois séculos de vantagem, além de haver elementos empíricos para testar os modelos matemáticos desenvolvidos por aqui. “Nunca modelamos a trajetória de um asteroide com essa precisão antes”, disse à Nasa o líder do estudo Davide Farnocchia, do Centro de Near Earth Object Studies (CNEOS).Um mundo totalmente novoAlém de acalmar os ânimos em relação a uma futura catástrofe, os dados da Osiris também servirão para montar um quebra-cabeças importante na busca por entender o funcionamento do universo. Dante Lauretta, pesquisador principal da OSIRIS-REx e professor da Universidade do Arizona, comemorou o resultado da missão no resumo publicado no site da Nasa.“A espaçonave está agora voltando para casa, carregando uma amostra preciosa deste fascinante objeto antigo que nos ajudará a entender melhor não apenas a história do sistema solar, mas também o papel da luz solar na alteração da órbita de Bennu, uma vez que mediremos as propriedades térmicas do asteroide em escalas sem precedentes em laboratórios na Terra”, explicou.É que, ao completar o caminho de volta em 2023, a Osiris entregará para os cientistas amostras da superfície do asteroide, como poeira, pedrinhas e grãos de seixo coletados por um braço robótico. Para Lauretta, a missão teve “um resultado incrível”.
FONTE: CLICK PB