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“A cada dia surge mais munição” para impeachment de Bolsonaro, diz Kassab

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O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse avaliar que “a cada dia surge mais munição” para a abertura de processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse também que a adoção do chamado distritão, em discussão no Congresso, seria algo “muito ruim”.

O distritão é a forma de eleger congressistas em que os mais votados de cada Estado são eleitos, independentemente do desempenho dos partidos.

Em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (4.jul.2021), Kassab disse que “o distritão traz tudo de ruim que pode haver numa democracia”.

Segundo ele, os congressistas têm a ilusão de que é mais fácil se eleger dessa forma. “Só que não é bem assim”, falou.

Hoje o financiamento público de campanha vai para os partidos, que fazem uma distribuição coletiva do recurso entre vários nomes. Com o distritão, bastará o dirigente selecionar 2 ou 3 e repassar o dinheiro do fundo.”

Kassab levantou outros problemas: “Atualmente, os partidos grandes conseguem filtrar e vetar um candidato ligado às milícias. Com o distritão, ele acabará em uma sigla de dimensão menor e vai se eleger, até porque costumam ser bem votados.”

Outra questão a se considerar, de acordo com Kassab, está relacionada com as igrejas. “Elas poderão estruturar a sua ação desvinculada de partidos. O eleito poderá legislar apenas para sua própria denominação”, afirmou.

O ex-ministro disse considerar que o Brasil deva ter de 10 a 12 partidos. “Vejo na esquerda PT e Psol. Na centro-esquerda, PDT e PSB. No centro, MDB, DEM, PSD e PSDB. Na centro-direita, PL, PP e Republicanos”, declarou.

E vai nascer para 2022 uma espécie de Arena, que será o novo partido do presidente Jair Bolsonaro, com 30 ou 40 deputados, ele ganhando ou perdendo as eleições. Essa direita veio para ficar.

Kassab disse que é cedo para afirmar que Bolsonaro perderá as eleições de 2022, mas que considera que as chances de vitória são cada vez menores, principalmente pelas denúncias que surgiram nos último dias, sobre a compra de vacinas contra a covid-19.

O presidente do PSD também comentou sobre um possível processo de destituição de Bolsonaro. “Não sou daqueles que acham que não deve ter impeachment”, declarou. “Eu observo e entendo que a cada dia surgem fatos novos que fortalecem a tese. Até porque chega uma hora que transborda o balde, fica inevitável. Entendo que as circunstâncias são cada dia mais favoráveis.

Kassab disse esperar que, havendo fatos e evidências, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), siga com o processo.

Surge mais munição a cada dia para que a pauta possa ganhar força na sociedade. E quando isto ocorre é muito difícil segurar. Principalmente em ano eleitoral, quando nenhum parlamentar quer o risco de dissociar seu nome das ruas”, afirmou.

Sobre a chamada 3ª via nas eleições de 2022, Kassab falou que o PSD terá candidato próprio.

Tenho defendido o perfil do [presidente do Senado] Rodrigo Pacheco”, atualmente filiado ao DEM.

Entendo que precisa ser alguém da política, que tenha mostrado ser competente e vocacionado. Pacheco expressa um sentimento de renovação também. Vejo ele como o mais preparado para disputar e ganhar as eleições.

FONTE: PODER 360

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